Me fixo em seu rosto estático
Medito e me perco em névoas maciças
Há um crucifixo sobre seus lábios
Uma novena vibrando na sua garganta
E novelos compondo a face crespa
Calmo, admiro o desenho do seu rosto
O que está posto, está posto
O que está roto, já viu seu viço e seu vício
Mas seus olhos de espumas salobras
Ai, ainda ondulam dentro das conchas
No lado esquerdo da face
Vejo o relevo dos mares lunares que osculam um acalento
Lento
Lento
Na lente de aumento da saudade
No lado direito da pose
Um brilho satura a superfície, e toda a estrutura,
Aquela erigida por peças calcárias e coberta de pano trêmulo,
Torna-se apenas o brilho branco de um espelho pleno
É nesse lado que o amor não data.
01/03/2016
O lado esquerdo… ele ee sempre tão lento…
Obrigado, Mariel, pela leitura! Um abraço forte.
Conte com ela (a leitura)