Quisera mirar a face revolta das águas
Dispor-me ereto, exato às nervuras
Que se ramificam luminosas e energéticas
À negrura e turbulência das intempéries
Quem me dera pousar qual seixo volumoso e fixo
Oposto à fluidez elástica das chibatas marítimas
Com seus penduricalhos brancos, volúveis no extremo
Saliva da boca no discurso intrépido
Quimera é inventar-me orgânico de um rizoma
De uma renda, de frisos em cadeias carbônicas
Com um espírito que dorme em berço esplêndido
Por não ter medo de deriva
Quisera que toda a vida, ela inteira
Fosse esse fulgor novo de partida
Junto ao aconchego de se chegar
Sem nunca ter ido a nenhum lugar…
03/10/2015
Eu, que só tenho discursos intrépidos, fiquei besta com você. Lindo
Muito obrigado, Mariel, pela leitura e comentário! Um forte abraço!