Das pequenas lembranças

Silhuete de uma garça

Quando o lugar
Deixar-lhe na esquina
E no altar
Restar-lhe santos com tinta
Descamada

Quando a cômoda
Prestar-lhe reverência
E a cama
Cometer-lhe insurgência
Muda

Quando a curva
Acolher-lhe num espanto
E lua
Colher-lhe o pranto
Ressecado

Guarda a flor
A que dorme bem ao lado
Do favor
Desajustado

E ajuste
À ciência da lonjura
A candura branca e esguia
De uma garça.

05/08/2015

Deixe um comentário