Hoje vi o abismo d’água
Pisei na areia granulada e coesa
Moldura dos pés do meu passado
À borda móvel por onde as ondas
Imprecisas vagam
Pisei nas cortinas líquidas de penumbras
Me estendendo o convite de monstros marinhos
Que perduram aos sinais eletrônicos
Esse mar me avista distante
Esconde seus castelos submersos onde
Ignorância, paixão, sangue púrpura
Latejam corais em estado bruto
Aqui é o mar que me pendura
Sob piso ondulante e flácido onde
Águas gris se projetam em espumas brancas
Diluídas em areias
Esse é o mar que me vejo longe
Na postura suburbana em que me imprenso
E me insisto com asas ritmadas
Esse mar longo tomo como casa
Das coisas mortas e imprecisamente novas
Com olhos velhos e âncoras enferrujadas
Esse mar
Esse mar que me adentra em verdura
E desmorona em letra que me lança
Espuma branca de letra que lhe amputa.
“O mar
Quando quebra na praia
È bonito
É bonito…” – Dorival Caymmi.
Olá, Sandro. Passei para matar saudades. Adicionei seu blog aos meus favoritos, quero fazê-lo ancoragem diária obrigatória em minha navegação por estes mares riquíssimos da blogosfera.
Um grande abraço!
Grande Darci! Fico feliz demais da conta por te ver por aqui! Apareça mais vezes, inclusive nas redes sociais. Saudade de ler seus escritos primorosos. Forte abraço. Sandro Pinto.
Esse mar, que mesmo longe, está tão perto de mim. Esse mar: saudades sem fim!!!
Ah… o mar!!!
Beijos e linda semana!!!
Muito obrigado, Suzana. Pela leitura e comentário. Uma ótima semana para você! Sandro Pinto.